Feiras de Belém acumulam sujeira, insatisfação e promessas de reformas
Um dos principais cartões postais de Belém ao Complexo do Ver-o-Peso localizados às margens da Baía do Guajará está passando por vários problemas estruturais que atingem diretamente quem trabalha ou consome produtos no local, segundo informaram feirantes e clientes à reportagem de OLIBERAL na última quarta-feira, 30. As complicações que também podem ser vistas nos mercados distantes do centro envolvem rachaduras nos boxes, buracos no piso, problema do esgotamento sanitário e limpeza.
A boieira Maria Modesto, 64 anos, que trabalha há quase 10 anos no local, conta que sua banca apresentou rachaduras há cerca de um mês. Outro transtorno que preocupa a trabalhadora é o piso que está cedendo. As barracas vizinhas dela também apresentam desníveis, assim como rachaduras em suas bancas. A feirante disse que já procurou a prefeitura para fazer a reclamação, no entanto a situação desfavorável aos feirantes ainda não foi solucionada.
Nós já reclamamos com eles, prefeitura, avisamos antes da Copa, já vieram aqui e bateram foto, olharam, mas não fizeram nada. Falamos que isso vai a fundar, com a gente vai ser um prejuízo grande, tanto para nós quanto para eles. Veio umas sessora. Se não acionar quem nada foi feito ao tempo vai passando, de repente a gente pode sofrer um acidente. Olha os bancos como ficam por causa do piso afundando. O balcão da minha amiga estar rian do também, contou a feirante.
Há 11 anos trabalhando no Ver-o-Peso, o feirante Charles Costa, 33 anos, afirma que é difícil trabalhar com o vazamento de água e esgoto que sai pelo ralo das barracas de comida. Segundo o trabalhador, o aborrecimento é diário. O esgoto cheio, a água volta toda pelo ralo e deixa as nossas barracas alagadas. O caminhão chega e faz uma limpeza básica, mas as barracas continuam todas cheias, afirmou.
Outra reclamação exposta desta vez por uma frequentadora do Ver-o-Peso foi a quantidade de sujeira no local e a ausência de contêineres suficientes para receber os resíduos deixados por clientes e feirantes. Aparentemente a feira está abandonada, está faltando limpeza, principalmente nessa área de refeição. Você caminha por aqui e não vê uma lixeira. Isso muito ruim para todo mundo. Com certeza isso deve afastar os turistas daqui, disse Carla Santos, 41 anos, moradora do bairro Parque Verde.
Angústia dos feirantes do Jurunas
A situação dos trabalhadores da Feira do Jurunas ainda mais delicada. Há quase dois anos os feirantes do local foram contemplados com o espaço conhecido como Complexo do Jurunas, que apesar de ter sido entregue pela gestão municipal anterior, encontra-se sem uso desde então. Os feirantes disseram à reportagem que o complexo está abandonado e teria sido ocupado por pessoas em situação de rua e supostos dependentes químicos.
Lo 48 anos, diz que a reivindicação por um lugar adequado para trabalhar é antiga. Ele trabalha em uma banca que comercializa peixe no local. O próprio trabalhador admite que ali não é como trabalhar com higiene, já que o lugar onde eles atuam é cercado por urubus. Estamos esperando para entrar nessa obra na expectativa de que as coisas possam melhorar, mas a prefeitura diz que não dá para todo mundo, porque os boxes são muito pequenos. Não deram nenhum prazo para a gente entrar, comentou.
Segundo o trabalhador, portas de enrolar do Complexo do Jurunas foram furtadas, assim como fiações elétricas e pias de inox. No local é possível ver que alguns compensados e zinco acabaram sendo colocados para substituir as portas de enrolar. Caixas de passagem e quadros de distribuição de energia também foram arrancados das paredes. O que seria o lugar adequado para abrigar os feirantes encontra-se todo pichado e ainda serve de banheiro para pessoas em situação de rua.
Esclarecimento
A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou, por meio de Nota nesta quarta-feira, 30, que no dia 7 de novembro o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, visitou a Feira do Ver-o-Peso acompanhado da
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