Três sítios arqueológicos são descobertos no Amazonas, entre eles as ruínas de um forte do século 18
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou que quatro sítios arqueológicos foram revelados em diferentes pontos do estado do Amazonas, entre eles três totalmente desconhecidos, em meio à seca que atinge a região.
Os sítios descobertos são:
- ruínas do Forte São Francisco Xavier, no município de Tabatinga: construído durante o século XVIII, às margens do rio Solimões, tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Conforme informações divulgadas pelo Iphan, a edificação era a última parada para quem navegava o Solimões rumo aos Andes durante o período colonial, especialmente as embarcações que iam em direção à povoação espanhola de San Pablo de Loreto, no Peru, marcando os domínios da Coroa Portuguesa na região amazônica.
- sítio Costa do Goiabeira, no município de Anamã, a 160 km de Manaus: foram reveladas urnas funerárias em material cerâmico.
- sítio de Urucará, 260 km da capital: às margens do rio Uatumã: ele é composto de petróglifos, semelhantes aos descobertos na Ponta das Lajes, em Manaus, em que se pode ver gravuras feitas em pedras. Classificados como pré-coloniais, os sítios representam o modo de vida de povos que habitaram aquela região no passado.
“Além de documentar e promover ações de fiscalização e registro desses bens, o Iphan estabeleceu um plano emergencial composto por vistorias e ações educativas. As visitas devem ser feitas em parceria com diferentes órgãos públicos e organizações sociais, que atuam de forma voluntária na preservação do Patrimônio Cultural e Ambiental da comunidade local”, informou o Instituto, em suas redes sociais.
Ainda segundo o Iphan, o Forte São Francisco Xavier tinha formato de hexágono irregular e comportava nove peças de artilharia, das quais restam cinco – duas estão expostas no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (RJ) e três no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões, do Exército Brasileiro. “A edificação é considerada marco da consolidação da fronteira brasileira na região Norte. Na última semana, técnicos do Iphan vistoriaram as ruínas do forte para registrar o local no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), banco de dados que reúne informações sobre bens arqueológicos no Brasil”.
Ponta de Lajes
Neste ano de 2023, o sítio já conhecido da Ponta das Lajes, em Manaus, aflorou pela segunda vez – a primeira havia sido durante a seca de 2010. O local possui petróglifos – blocos rochosos nos quais há registros rupestres que representam figuras humanas – que teriam sido feitas entre mil e dois mil anos atrás, segundos estimativas. “Em sua maior parte, as representações são de rostos, que a comunidade local chama popularmente de “caretas”, mas há também gravuras e uma área de oficina lítica com marcas de amoladores. O sítio das Lajes ainda possui bacias de polimento locais em que, há milhares de anos, povos originários confeccionavam suas ferramentas, como machadinhas”, informou o Iphan.
Fonte: O Liberal
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