SOBRE O PORTAL            EQUIPE            CONTATO

Quem é Joana Ribeiro, juá­za que impediu o aborto de uma menina de 11 anos que foi estuprada

Magistrada atua na área da Infância e Juventude do TJSC desde 2004. Ela ficou conhecida nacionalmente após impedir o aborto legal de uma criança que estava com 22 semanas de gestação após violência sexual.
3.289 views

A juá­za catarinense Joana Ribeiro, autora da decisão que negou a interrupção da gravidez da menina de 11 anos, vá­tima de estupro, tem 43 anos e é servidora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) desde 2004.

Formada em Direito, ela é especialista em Processo Civil e mestre em Direito pelo Programa de Mestrado Profissional em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na instituição, ela faz doutorado com enfoque na primeira infá¢ncia. Autora de livros sobre o tema, a magistrada também possuiu mais de 10 artigos publicados.

“O direito da criança e adolescáªncia é a minha paixão. በa minha dedicação, meu carinho, meu amor, meu dinheiro, meu tempo, é tudo pra isso. Eu estudo para fazer o melhor possá­vel. Então, dentre as circunstá¢ncias, eu fiz o que era melhor possá­vel”, disse ao g1 SC.

Há¡ 18 anos ela atua na á¡rea da Infá¢ncia e Juventude e já¡ passou por comarcas de Navegantes e Itajaá­, no Litoral Norte.

Atualmente, ela participa da Coordenadoria Estadual da Infá¢ncia e da Juventude (Ceij), do TJSC, e é membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos Jurá­dicos e Sociais da Criança e do Adolescente (Nejusca).

A decisão de trabalhar com infá¢ncia e juventude, segundo ela, veio quando ainda era criança, após a viváªncia com o tema. “Vi amigos que ficaram órfãos, crianças que sofreram abandono, vivi isso na infá¢ncia, e talvez isso tenha criado essa empatia muito grande com as crianças”, afirmou.

Quando emitiu a decisão, Joana estava lotada em Tijucas. Na terça-feira (21), a magistrada informou que foi transferida para Brusque, no Vale do Itajaá­, por uma promoção “por merecimento”. O convite, segundo ela, foi feito antes da repercussão do caso.

Com a promoção, ela sai da á¡rea da Infá¢ncia. Sem dar detalhes sobre o caso revelado na segunda, a catarinense afirma que se dedica diariamente para a magistratura e está¡ preparada para as consequáªncias em relação ao processo.
“Passo os finais de semana lendo. Tenho uma biblioteca cará­ssima, eu compro livros importados… Eu estudo para isso, para fazer um caso como esse”, afirmou.

tenda o caso

 

Vá­tima de estupro, a menina descobriu que estava na 22ª semana de gravidez ao ser encaminhada a um hospital de Florianópolis, onde teve o procedimento de aborto negado. Naquela unidade, a interrupção é realizada quando a gravidez está¡ em até 20 semanas, apesar da legislação não estipular prazos ou solicitar autorização judicial para o procedimento.

Segundo a lei, o aborto é permitido nos casos em que a gravidez é decorre de estupro ou quando há¡ risco á  vida da gestante.

Desde uma decisão da juá­za, a criança estava sendo mantida em um abrigo para evitar que fizesse um aborto autorizado. A decisão repercutiu nacionalmente após revelação da decisão e de trechos em vá­deo da audiáªncia sobre o caso em uma reportagem dos sites Portal Catarinas e The Intercept na segunda-feira (20).

Em um momento do vá­deo, a Justiça e Promotoria pedem para a menina manter a gestação por mais “uma ou duas semanas”, para aumentar a sobrevida do feto. “Mas, isso não quer dizer que eu sou contra o aborto, só que o aborto passou do prazo” , explicou.

Somente na terça, a menina foi liberada para sair do abrigo e voltar á  casa da mãe.

Compartilhe:
Agende uma cobertura, envie sugestões de eventos, informações, denuncias, notícias, videos e muito mais...
 Nosso Whatsapp 
Clique aqui
eletromoveisd-1
e2eb1387-1985-4d88-9213-5b36ff2f66d9
previous arrow
next arrow