O Pará deu um passo relevante rumo à modernização da pecuária ao marcar o primeiro abate de bovinos identificados pelo Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), projeto que consiste em monitorar cada animal da fazenda ao frigorífico. Agência Pará
Tecnologia e controle individual
Desde 2024, produtores paraenses já vêm participando do cadastro sanitário de bovinos e bubalinos pelo programa estadual, que pretende identificar individualmente todos os animais em trânsito a partir de janeiro de 2026, e alcançar a totalidade do rebanho do estado até janeiro de 2027. Agência Pará
O sistema funciona com a aplicação de dois brincos por animal: um visual, de cor amarela, e outro eletrônico (azul), com tecnologia de radiofrequência (RFID). Mesmo em regiões sem conectividade de internet, o dispositivo permite identificações por meio de ondas de rádio, garantindo rastreabilidade desde o nascimento até o abate. Agência Pará
Para produtores com até 100 animais, os brincos são fornecidos pelo governo estadual gratuitamente. Nas regiões onde a pecuária é mais expressiva — como Altamira, Xinguara, Eldorado dos Carajás, São Geraldo do Araguaia e Tucuruí —, empresas contratadas junto à The Nature Conservancy (TNC) auxiliam no processo de identificação. Agência Pará
Primeiro abate rastreado e reconhecimento internacional
O primeiro lote rastreado — com 20 machos pertencentes a uma fazenda de Marabá — foi enviado ao frigorífico JBS/Friboi sob inspeção federal. Todo o trajeto foi monitorado em plataforma, da saída da propriedade até o momento do abate. Agência Pará
O avanço ocorre em um contexto favorável: o Pará foi reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa sem vacinação em maio, o que fortalece a exigência por cadeias produtivas mais seguras e transparentes. Agência Pará
Ganhos para saúde animal e acesso a mercados
Ao identificar individualmente cada animal — com um “CPF” específico —, o produtor pode acompanhar o histórico sanitário, vacinas, movimentações e demais atributos inerentes ao manejo. Isso facilita o controle de doenças e dá maior confiabilidade à produção. Agência Pará
Além do aspecto sanitário, o programa amplia horizontes comerciais: produtores que adotarem a rastreabilidade poderão acessar mercados mais exigentes e formalizados, inclusive aqueles que se recusam a comprar produtos de cadeias sem transparência. Agência Pará
De acordo com o governo estadual, a rastreabilidade também permite reabilitar produtores que têm áreas embargadas, mediante compromissos ambientais e compromissos assumidos num Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Agência Pará
Desafios e relevância estratégica
Para que o projeto tenha êxito, será necessário que grande parcela dos pecuaristas adote o sistema, o que demanda sensibilização, estrutura logística e continuidade institucional. Também é essencial garantir a segurança de dados e proteger a privacidade dos produtores — tarefa assumida pela Adepará, que afirma que os registros seguirão a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Agência Pará
Para o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo, o programa coloca a produção paraense “em outro nível de organização e qualidade”, e reforça que manter o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação depende de iniciativas como essa. Agência Pará
Nas palavras do secretário de Meio Ambiente, Raul Protázio Romão, “a rastreabilidade é um passo decisivo para que a pecuária paraense alcance mercados mais exigentes e fortaleça a inclusão produtiva”. Agência Pará
Nosso Whatsapp
Clique aqui