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Mercúrio contamina 15,8% do pescado consumido no Pará

Os peixes de todos os seis estados amazônicos apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável.
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A contaminação por mercúrio não afeta apenas a população que vive em áreas de garimpo na Amazônia e no Centro-Oeste. De acordo com estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os peixes que chegam às mesas de brasileiros que vivem nos principais centros urbanos da região Norte estão contaminados por mercúrio. Os piores índices foram registrados em Roraima, onde 40% dos peixes têm mercúrio acima do limite recomendado. No Acre, índice de 35.9 para 158 e Amapá 114 registram os menores indicadores de contaminação, mas não estão livres dos riscos à saúde humana. Os resultados mostram que os peixes de todos os seis estados amazônicos apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável, maior ou igual a 0.5 microgramas por grama, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No dia a dia, 21.3% dos peixes comercializados nas localidades e que chegam às mesas das famílias na região Amazônica também têm níveis de mercúrio acima dos limites seguros, destacou a Fiocruz por meio de nota, destacando que em todas as camadas populacionais analisadas a ingestão direta de mercúrio excedeu ao dose de referência recomendada. Amostras foram coletadas em importantes feiras e mercados do Norte, como o mercado Ver-o-Peso em Belém e a Feira da Manaus Moderna (AM). No município citado como o mais crítico, Rio Branco, o potencial de ingestão de mercúrio ultrapassou de 69 a 315 vezes a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental do governo norte-americano. No Pará foram coletadas amostras em seis municípios. O maior nível de contaminação entre os municípios paraenses tem São Félix do Xingu (294.1), em seguida destaque para Itaituba (211.3), Oriximin (140.8), Altamira (139.5), Belém (85.7) e Santarém (71.4). Dois municípios do Amazonas, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, apresentam 59 de contaminação nas amostras. Em 17 municípios dos seis estados analisados foram avaliados 1010 exemplares de peixes de 80 espécies distintas comprados em mercados, feiras e diretamente de pescadores, simulando o dia a dia dos consumidores locais. Do total geral da amostra, 110 eram peixes herbívoros, 130 detritívoros, 286 onívoros, 484 carnívoros. Os carnívoros, mais apreciados pelos consumidores finais, apresentaram níveis de contaminação maiores que as espécies não carnívoras. A análise comparativa entre espécies indicou que a contaminação é 14 vezes maior nos peixes carnívoros quando comparados aos não carnívoros. Por isso, o estudo faz uma indicação de consumo para as principais espécies de peixes amostradas, considerando o nível de contaminação e a localidade. A presença de mercúrio no organismo humano pode causar problemas de saúde que afetam o sistema nervoso, sendo mais grave o consumo por grávidas, por sua interferência na saúde do bebê para crianças. As mulheres em idade fértil, público mais vulnerável aos efeitos do mercúrio, estariam ingerindo até nove vezes mais mercúrio do que a dose preconizada, enquanto crianças de 2 a 4 anos até 31 vezes mais do que o aconselhado, alertou a Fiocruz. Em Roraima, segundo estado considerado mais crítico, o potencial de ingestão de mercúrio extrapolou de 59 a 272 vezes a dose de referência. Considerando os estratos populacionais mais vulneráveis à contaminação, mulheres em idade fértil estariam ingerindo até oito vezes mais mercúrio do que a dose indicada e crianças de dois a quatro anos até 27 vezes mais do que o recomendado, revela o estudo.ESTUDO REGIÃO AMAZÔNICA A estimativa de consumo de pescado por pessoa baseou-se no relatório sobre o consumo de pescado na região Amazônica do Brasil, com média per capita de 100 gramas de pescado por dia em ambientes urbanos. Foram avaliados ainda o cálculo da razão de risco (RR), que indica o potencial de dano à saúde provocado pelo consumo de pescado contaminado e a avaliação de riscos à saúde. O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Greenpeace Brasil, Iepé (Instituto Socioambiental) e WWF-Brasil. O levantamento buscou avaliar os riscos à saúde humana em função do consumo de peixes contaminados. Altamente tóxico, o mercúrio usado por garimpeiros que atuam ilegalmente na Amazônia durante a exploração de ouro, principalmente em territórios indígenas como a Terra Yanomami. O metal é utilizado para separar o ouro de outros sedimentos e assim deixá-lo limpo. Depois desse processo, o mercúrio é despejado no ambiente e sem quaisquer cuidados ele se acumula nos rios e entra na cadeia alimentar por meio da ingestão de água e peixes.

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