Estudo aponta opção de tratamento para cá¢ncer no pênis
Em tempos de pandemia, onde o assunto mais falando são os sintomas e efeitos do novo coronavárus no corpo humano, outras doenças passam despercebidas. Principalmente entre os homens, que em média se cuidam menos que as mulheres. በo que aponta estudos do Laboratório Santa Luzia e pela Lá¢mina Medicina Diagnóstica, que mostram que eles fazem quase 24% menos exames que as mulheres. O relatório foi divulgado em novembro de 2020.
Entre as doenças que passam despercebidas relação aos cuidados pelo homens, está¡ algumas muito agressivas, como o cá¢ncer de páªnis. Um tipo raro de cá¢ncer, principalmente nos paáses desenvolvidos, onde representa apenas cerca de 0,5% das neoplasias malignas em homens. Porém, em paáses em desenvolvimento, como o Brasil, o cá¢ncer de páªnis tem uma maior incidáªncia.
De acordo com o Instituto Nacional de Cá¢ncer (Inca), em 2018, foram registradas 454 mortes pela doença no paás. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de cá¢ncer que atingem os homens, sendo mais comum nas regiáµes Norte e Nordeste.
Na maioria dos casos, a doença acomete homens com mais de 50 anos, e os principais fatores de risco são a fimose (estreitamento do prepúcio), baixas condições socioeconá´micas e de instrução, e as infecções, como a causada pelo HPV.
Esse tipo de cá¢ncer é muito agressivo. Quando o diagnóstico é realizado em fases iniciais da doença, o tratamento envolve cirurgia da lesão.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 1 mil a 1,5 mil amputações do órgão são realizadas no Brasil anualmente. Porém, cerca de 30% desses pacientes apresentam recorráªncia da doença após o tratamento inicial, não sendo mais possável, em boa parte dos casos, a realização de tratamento local. Somados a esses pacientes, cerca de 10% dos pacientes se apresentam com doença metastá¡tica ao diagnóstico.
O tratamento dos pacientes em fase avançada da doença, tanto na recorráªncia ou na doença metastá¡tica ao diagnóstico, é a quimioterapia sistáªmica. Infelizmente, o tratamento sistáªmico com quimioterapia não apresentou avanços na medicina há¡ décadas e a taxa de resposta a esse tratamento é ainda muito abaixo do esperado, acarretando em pobre sobrevida.
Com o objetivo de buscar um tratamento mais eficaz para pacientes com cá¢ncer de páªnis em fase avançada, um grupo de cientistas brasileiros está¡ realizando o estudo clánico Hercules.
A investigação de um novo tratamento para esse tipo de tumor é um dos desafios do Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa (Lacog) em parceria com oncologistas brasileiros. O Estudo Hercules, um ensaio clánico de fase II, multicáªntrico, está¡ investigando a eficá¡cia da combinação de imunoterapia com quimioterapia como uma nova opção terapáªutica para o tratamento do cá¢ncer de páªnis em pacientes com doença avançada.
Segundo os pesquisadores, o objetivo é avaliar a combinação de uma nova terapáªutica em pacientes com cá¢ncer de páªnis avançado e metastá¡tico. Para muitos tipos de cá¢nceres, a imunoterapia tem sido considerada tratamento padrão, mostrando eficá¡cia e segurança, mas ainda não há¡ dados sobre seus resultados no tratamento do cá¢ncer peniano em está¡gio avançado.
Os estudos clánicos conduzidos pelos pesquisadores do Lacog buscam soluções para situações médicas ainda não respondidas ou pouco estudadas. Um grupo com mais de dez oncologistas vinculados a hospitais e centros de referáªncia no tratamento do cá¢ncer de páªnis no Brasil, participam do Estudo Hercules.
O estudo é aberto para a participação de pacientes nos centros de pesquisa em diversos locais no Brasil, como:
– Oncológica do Brasil (Belém, PA);
– BP – A Beneficáªncia Portuguesa de São Paulo (São Paulo, SP);
Fonte: DOL
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