ESPAá‡O MEMá“RIA: Corpus Christi de Capanema
A procissão de Corpus Christi em Capanema é uma manifestação que traduz a fé viva e a religiosidade de seu povo, transformando-a num espetá¡culo belássimo e inédito na região.
Já¡ há¡ muitos anos, por iniciativa de frei Hermes Recanatti, enfeitava-se a frente das casas em todo o percurso da procissão, com toalhas rendadas, quadros, plantas, flores, etc. Em 1976 alguns jovens planejaram enfeitar o percurso por onde passaria a procissão com um tapete ornamental no solo. Juntaram flores e folhas e começaram o trabalho á s 3 horas do dia do Corpo de Deus. Ao amanhecer o dia, apenas 4 quarteiráµes estavam concluádos. Mas maravilharam os olhos de toda a população. A semente estava lançada. E frutificaria.
No ano seguinte o grupo recebeu apoio de praticamente todos os movimentos jovens e escolas da cidade, o que continua acontecendo a cada ano. Hoje praticamente toda a juventude capanemense trabalha no empreendimento.
A comunidade toda é requisitada. Todos sentem prazer em ajudar da melhor forma possável. Uns doam tintas, outros oferecem seus veáculos para transportar pessoas e materiais, doam faixas e há¡ aqueles que durante o ano cuidam de suas plantas e flores para as oferecer aos grupos que fazem a ornamentação. E há¡ ainda muitos que ficam em casa preparando lanches e café para os que estão realizando os trabalhos. Com antecedáªncia, funcioná¡rios do DER e da Prefeitura cuidam do calçamento de todo o percurso da procissão. E na tarde de quarta feira começa a grande movimentação: são pessoas que andam de um lado para outro, medindo, marcando, isolando ruas, comerciantes e famálias, que começam a cuidar dos enfeites para as fachadas de suas casas. São jovens, adultos e crianças que se movimentam. Assim passam a noite procurando realizar o melhor trabalho de todo o trajeto – cada grupo é responsá¡vel por um quarteirão, que muda a cada ano.
O grande dia
Ao nascer a quinta feira de Corpus Christi, é lindo ver o resultado do esforço do capanemense.
A festa inicia com a Santa Missa, concelebrada pelo vigá¡rio e sacerdotes vindos de outras paróquias, bispos e arcebispos. Logo após a grande multidão sai á s ruas, levando sob o pá¡lio o ostensório com o Corpo de Cristo, aclamando-o com cá¢nticos, orações e pedidos de báªnçãos para sua pá¡tria e seu lar.
Após a procissão, em cada semblante váª-se um certo cansaço, misturado a uma alegria infinita, de ter podido, mais um ano, estar junto á quele grupo, preparando mais uma festa extraordiná¡ria em honra de seu Deus.
O corpo está¡ cansado, as mãos sujas de tintas, nas ruas as flores estão murchas e pisadas, os desenhos feitos com tanto esmero estão desfeitos. O vento levanta a poeira do pó de serra usado. Mas o coração está¡ em júbilo, e em cada semblante está¡ estampada a felicidade: pelas ruas de sua cidade passou e foi aclamado o seu Deus, o seu Rei.
Escrito por Fernando Jares Â
Jornalista de Belém do Pará¡
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